Cobertura do eclipse solar em tempo real
Eu queria ter ido para a Argentina. Ou para o Chile. A ideia era observar o eclipse solar total ao vivo. Em mais de meio século de vida, só vi eclipses solares parciais. Mas não deu. Na correria normal da vida de professor, não consegui me organizar.
Vou tentar ver e fotografar daqui de São João da Boa Vista, interior de São Paulo, e me contentar com uma cobertura de pouco menos de 30% do disco solar.
O céu hoje "acordou" parcialmente nublado, o que pode inviabilizar as observações por aqui. Vamos aguardar e contar com a sorte para ver (ou não) o fenômeno astronômico que começa por volta das 17 h. Se eu conseguir boas imagens, como prometido no post de ontem, atualizo no post mais tarde.
Meu amigo Sérgio Sacani, do Space Today, a partir das 16 h, vai fazer cobertura em tempo real do fenômeno. Em suas excelentes coberturas, Sérgio sempre oferece imagens feitas por diversos colaboradores espalhados por diversas localidades. Confira logo abaixo. É só dar play e curtir!
Observe você também! Mas com segurança!
Antes de tudo, nunca olhe diretamente para o Sol por longo período. E o que pode ser ainda mais perigoso: jamais mire o Sol usando lunetas, binóculos, ou qualquer instrumento que concentre a luz solar porque você pode torrar células da retina e ficar cego! Papo seríssimo!
Existem filtros solares específicos para observação do Sol. Mas não são fáceis de encontrar. E são caros.
Um meio seguro de observar o Sol é usar um vidro de soldador número 14. Você compra em casa de ferragens e é bem barato. O único inconveniente é que o seu Sol normalmente alaranjado ficará verdinho. Mas dá para ver silhueta da Lua Nova cobrindo o disco solar com muita nitidez e em tempo real. E o mais importante: segurança!
Outra forma bem segura e divertida de observar o Sol é por projeção. Consiga um pedaço de cartolina ou papelão e faça nele um furo central mais ou menos do diâmetro de um lápis. Com este simples dispositivo caseiro é possível projetar num anteparo (no chão ou numa parede) uma imagem nítida do disco solar.
Nada de usar vidro enegrecido com a chama de uma vela, antigos negativos de filme fotográfico. Não invente! Sua saúde ocular vem primeiro. Combinado?
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Até mais tarde, com minhas imagens, "se" o céu colaborar.
Atualização [18:40]
Tentei observar/fotografar o eclipse. Confira as imagens da tentativa frustrada que fiz com o celular.
Armei a câmera no tripé. Coloque o filtro Thousand Oaks diante da lente. E estava esperando o começo do fenômeno.
Conseguia ver no display da câmera o disco solar, fraco, difuso, mas conseguia. Se continuasse assim, daria para registrar a Lua Nova "mordendo" o Sol.
Mas, para meu desespero, as nuvens mais densas estavam mais para baixo. E, na medida em que o Sol descia rumo ao horizonte, ia desaparecendo no display da câmera. Veja o cenário como ficou.
Nem este praticante de voo livre, lá de cima, conseguiu ver o eclipse ironicamente eclipsado pelas nuvens.
Astronomia observacional tem dessas coisas… A dependência das condições de céu limpo é crítica! Tentei. Mas ao vivo não vi nem registrei nada.
Mas a cobertura do Sérgio do Space Today (veja mais para cima) foi bem bacana. Se você não a viu ao vivo, veja agora. Enquanto eu estava tentando fotografar o eclipse, acompanhava o Space Today pelo celular. E foi pela live do Sérgio que vi o belíssimo fenômeno em todas as suas fases.
Abraço do prof. Dulcidio! E Física e Astronomia na veia!
Já publicado no Física na Veia!
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