O Brasil é campeão na OLAA 2016
Aconteceu na Argentina, na cidade de Córdoba, entre 2 e 8 de outubro de 2016, a VIII OLAA¹ – Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica.
Sabe que país venceu a competição? BRASIL! Sim! Nosso país ficou em primeiro lugar no quadro geral de medalhas com duas de ouro, duas de prata e uma de bronze.
Trouxeram as medalhas de ouro os estudantes Henrique Barbosa de Oliveira (de São Paulo, SP) e Mateus Siqueira Thimóteo (de Mogi das Cruzes, SP). Lucas Camargo da Silva (de Florianópolis, SC) e Nicolas Almeida Verras (de São Paulo, SP) conquistaram a prata. E Beatriz Marques de Brito (de São Paulo, SP) faturou o bronze. Liderando a equipe brasileira estavam os astrônomos Dr. João Canalle (Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ) e Dr. Júlio Klakfe (Universidade Paulista, UNIP).
Mas as conquistas não pararam por aí! Beatriz e Lucas também foram premiados por terem feito a melhor prova observacional e ganharam, cada um, um telescópio. Beatriz ainda venceu outro prêmio, sendo eleita a melhor companheira, o que lhe rendeu um galileoscópio, pequena luneta inspirada na histórica luneta de Galileo que em 1609 deu início às observações astronômicas com instrumentos.
O Brasil, que participou das oito edições do evento, com esse incrível resultado atingiu a marca de 22 medalhas de ouro, 15 de prata e 3 de bronze.
Parabéns aos líderes da equipe brasileira! E parabéns ao quadrado aos cinco jovens estudantes (Beatriz, Mateus, Lucas, Nicolas e Henrique) que defenderam o nome do nosso país com muita competência!
Como está formatada a OLAA
As provas da OLAA exploram tanto o conhecimento teórico quanto o prático.
A prova teórica foi realizada em duas partes: individual e em grupo. E sempre mesclando as delegações. Na parte prática os estudantes participaram de uma competição de lançamento de foguetes em grupos multinacionais e foram avaliados individualmente em provas observacionais que exigiram o reconhecimento do céu real e o manuseio de telescópio.
Objetivos da competição internacional
Segundo o Dr. João Batista Garcia Canalle, vice-presidente da OLAA – Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica e coordenador da OBA² – Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, a olimpíada científica internacional promove o intercâmbio de conhecimento entre os alunos e também a troca de experiências didáticas entre os professores que lideraram os grupos. "Por meio de iniciativas como a OLAA, desejamos unir as nações, fomentar e popularizar a astronomia e a astronáutica entre os países participantes e despertar o interesse nos jovens pela astronomia e pelas ciências espaciais".
Vale destacar que a OLAA é a única modalidade internacional a realizar provas em que alunos de diferentes países são avaliados também em grupos multinacionais com o propósito de mostrar aos participantes que a ciência atual é feita em cooperação, ou seja, em grupos e por pessoas de diferentes países. Também merece destaque o fato de que a OLAA é a única olimpíada que obriga que os grupos sejam de ambos os gêneros.
Treinamento e seleção
Aqui no Brasil, os melhores estudantes de astronomia do ensino médio são anualmente selecionados numa "primeira peneira" pela pontuação obtida na OBA. Os melhores classificados são então convidados para um treinamento no estilo EAD (ensino à distância) em plataforma gerenciada pelos organizadores da competição nacional.
Nesta plataforma os estudantes fazem um simulado para "aquecer os motores" e, em seguida, sempre em constante treinamento com material didático próprio e escrito por um time de astrônomos profissionais, passam por de três provas online. No final do processo, os melhores estudantes de cada estado passam por uma bateria de provas presenciais em diversas sedes nacionais espalhadas pelo território nacional.
Por fim, os vencedores dessa maratona nacional de treinamento e avaliações que dura alguns meses são então convocados para uma outra etapa de treinamento intensivo com astrônomos e especialistas. Normalmente essa etapa ocorre na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo, junto ao Observatório Astronômico Abraão de Morais que pertence ao IAG – Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP – Universidade de São Paulo. A programação costuma ser dividida em grupos de estudos, oficinas de atividades e observação do céu noturno, com e sem instrumentos, além de atividades de resolução de exercícios, realização de provas simuladas, e a construção e lançamentos de foguetes "caseiros" feitos de garrafas PET.
Em 2016 os estudantes da equipe brasileira contaram com o Planetário Digital Móvel da OBA para estudar o céu por meio de projeções. E ainda aprenderam a montar e a manusear dois tipos de telescópios.
Meus alunos campeões da OBA 2016
Meus alunos participam da OBA desde sempre. Em 2016, no colégio Anglo São João, em São João da Boa Vista, interior de SP, temos oito estudantes do ensino médio medalhistas nessa importante competição estudantil brasileira e pré-selecionados para participar do treinamento e seleção à distância.
Como explicado mais acima, desse treinamento e seleção sairão os melhores estudantes que vão defender o Brasil nas olimpíadas internacionais de astronomia, incluindo a OLAA que, em sua nona edição, terá como sede o nosso vizinho Chile.
Confira abaixo os nomes dos medalhistas que deixaram esse velho professor super orgulhoso!
Na imagem acima você confere os medalhistas do Anglo São João:
- Leandro | primeira série do ensino médio | medalha de bronze
- Anael | segunda série do ensino médio | medalha de prata
- Bruna | segunda série do ensino médio | medalha de prata
- Guilherme | segunda série do ensino médio | medalha de prata
- Mateus | segunda série do ensino médio | medalha de prata
- Thaís | segunda série do ensino médio | medalha de prata
- Vitor | segunda série do ensino médio | medalha de prata
- Frank | terceira série do ensino médio | medalha de prata
Parabéns Leandro, Anael, Bruna, Guilherme, Mateus, Thaís, Vitor e Frank! Torço muito para que em 2017 vocês possam estar selecionados para compor a equipe vai defender o Brasil no Chile e também noutras competições internacionais! #TamoJunto
(1) Fundada na cidade de Montevidéu, Uruguai, a OLAA acontece desde 2009 e é coordenada por astrônomos de vários países da América Latina.
(2) A OBA é coordenada por uma comissão formada por membros da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira e da AEB – Agência Espacial Brasileira.
Para saber mais
Já publicado no Física na Veia!
- [31/10/2014] Campeões nas olimpíadas de astronomia 2014
- [31/05/2005] A SAB e a OIA*
- [23/10/2004] Professor babão II – o retorno*
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