Hoje teve explosão solar das fortes!
SOHO
Nas primeiras horas de hoje, sábado, 20 de dezembro, uma explosão solar considerada bastante intensa chamou a atenção dos cientistas que se dedicam a observar e estudar a nossa estrela. Junto com a intensa radiação eletromagnética, houve ejeção de massa coronal para o espaço.
Medidas da intensidade da radiação permitiram classificar a explosão como X1.8 (confira detalhes dessa escala noutro post).
A luz viaja a quase 300.000 km/s no vácuo e o Sol encontra-se a aproximadamente 150 milhões de km da Terra. Logo, para vir do Sol até nós, a luz demora Δt que pode ser facilmente obtido por
Δt = ΔS/v = 150 000 000 km / 300 000 k/s = 500 s
Como cada minuto tem 60 s, se tivéssemos 480 s teríamos exatos 8 minutos. Logo, 500 s corresponde a 8 minutos e ainda sobram 20 s.
Concluímos, pelos cálculos acima, que o registro da explosão solar feito aqui na Terra aconteceu 8 minutos e 20 segundos depois do fenômeno ocorrer lá no Sol.
A intensa radiação na faixa do ultravioleta e dos raios X causou ionização nas camadas mais altas da atmosfera da Terra, provocando blackout nas transmissões de rádio na faixa em torno de 10 MHz por mais de duas horas. A atenuação das ondas de rádio foi bem observada principalmente na Austrália e no Pacífico Sul.
Nos próximos dias partículas ejetadas do Sol, que viajam com velocidade bem menor que a da luz no vácuo, devem chegar à Terra provocando o belíssimo fenômeno das auroras (saiba mais sobre auroras nesse outro post)
Explosões solares intensas, da classe X, podem danificar satélites em órbita ao redor da Terra e até mesmo equipamentos eletrônicos na superfície do planeta. Não há até o momento nenhum relato desse tipo de incidente.
Clique aqui e veja vídeo mostrando a intensa explosão feito pelo SOHO – Solar and Heliospheric Observatory (NASA). A foto acima é apenas um frame desse vídeo. Vale observar que o pontinho brilhante que aparece à esquerda do Sol e ligeiramente para baixo é o planeta Mercúrio.
A explosão solar teve origem na região ativa AR2242. Confira aqui a AR2242 bem como outras regiões ativas solares que são grandes agrupamentos de manchas solares em registro do SDO – Solar Dynamics Observatory (NASA).
Já publicado no Física na Veia!
- [11/04/2013] O sol piscou para nós
- [14/02/2011] Ora (direis) ouvir estrelas
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